quinta-feira, 12 de novembro de 2015

O Lago mais Poluído do Mundo!

O lago Karachay na Rússia é uma bomba relógio ecológica 
que pode explodir a qualquer momento... 
Uma herança macabra da Guerra Fria e 
do uso indiscriminado da tecnologia bélica! 


As aparências enganam. Esse lago, que eu não hesitaria em chamar de um dos mais belos do mundo, não é convidativo a ninguém que queira experimentar uma morte dolorosa em cerca de 1 hora.
Trata-se do lago Karachay, localizado no sul dos Montes Urais, na Rússia e, apesar de sua beleza, é considerado o lago mais poluído do mundo após ter sido usado anos como local de despejo de resíduos radiativos. Na época, o lago foi submetido a mais de 200.000 vezes a quantidade normal de radiação por causa do mal despejo de resíduos de instalações da União Soviética.

O assassino silencioso tem emitido uma dose letal de radiação a quem entra ou até mesmo se aproxima de suas águas nos últimos 60 anos. Na década de 40, a URSS construiu uma cidade secreta na região apelidada de Chelyabinsk-40. Seu objetivo era a produção de armas nucleares a partir do urânio-238, que era extraído das montanhas ao redor. O primeiro reator foi colocado em operação no ano de 1948, e convertia a todo vapor urânio em plutônio.
Mas as coisas foram mal planejadas. Ao construir as instalações, os soviéticos voltaram todo o planejamento e recursos para converter o urânio, e se esqueceram de se livrar seguramente dos resíduos. Como solução, eles começaram a despejá-los no rio mais próximo, o Techa, que fornecia água potável para 39 cidades e aldeias. E a dor de cabeça começou.
Depois de envenenar silenciosamente sua população durante 3 anos, a URSS enviou pesquisadores para averiguar se os resíduos estavam fora do normal. Eles ficaram chocados ao descobrir que outras áreas não emitiam mais do que 0,21 Röntgens (uma medida para a radiação) a cada ano, enquanto o rio Techa emitia 5 Röntgens a cada hora.

Como medida de emergência, as autoridades mandaram imediatamente represar o rio, erguendo barragens e evacuando toda a população das proximidades, mas isso não foi suficiente. Enquanto isso, a União Soviética encontrou outro lugar para despejar seus resíduos nucleares, o lago Karachay. Entre 3 e 4 décadas depois (a URSS foi extinta, e só depois que a Rússia reconheceu a existência em 1990), o lago Karachay era o principal reservatório de resíduos da usina de Chelyabinsk. As autoridades argumentaram que o lago não alimentava nenhum rio (e, de fato, não alimentava), de modo que teoricamente não havia modo de resíduos radioativos escaparem.
Leve engano. Anos depois, pesquisadores descobriram que as águas contaminadas do lago “vazavam” pelo subsolo do pântano Asanov.

Como se não bastasse, o calor durante uma seca em 1967 fez boa parte da água do lago evaporar, expondo os resíduos. Com o vento, uma poeira tóxica se formou e englobou 2,3 mil quilômetros quadrados, contaminado cerca de 500 mil pessoas. Foi relatado um aumento nos casos de leucemia em mais de 40% em alguns anos.
Hoje, o Lago Karachay emite 600 Röntgens por hora, radiação suficiente para matar uma pessoa em cerca de 1 hora. E a situação ainda pode piorar: a área é muito instável, de modo que se a única barragem do rio Techa quebrar, toda a radiação irá vazar para o pântano, percorrer o rio Ob e cair no Mar Ártico, onde as correntes a espalharia pelo Oceano Atlântico. 

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Um Milhão de Animais Mortos nas Estradas...

BR-101, norte do Espírito Santo, setembro de 2015. Um caminhoneiro sente um cheiro forte e localiza uma anta --o maior mamífero terrestre brasileiro-- na margem da pista, em estado avançado de decomposição.

Cinco meses antes, no mesmo trecho da rodovia, biólogos encontraram uma fêmea adulta de harpia, a maior ave de rapina das Américas, debilitada por fraturas e hematomas. Por ali, restos de retrovisor de caminhão. No mês anterior, a vítima fora uma onça-parda. As cenas com espécies ameaçadas de extinção são um retrato de um filme que não sai de cartaz no Brasil: a matança de animais por atropelamentos em estradas.


Essa é, de longe, a principal causa de morte de bichos silvestres no país, superando caça ilegal, desmatamento e poluição. São 15 animais mortos por segundo, ou 1,3 milhão por dia e até 475 milhões por ano, segundo projeção do CBEE (Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas), da Universidade Federal de Lavras (MG).

Quem puxa a lista são os pequenos vertebrados, como sapos, cobras e aves de menor porte --respondem por 90% do massacre, ou 430 milhões de bichos. O restante se divide em animais de médio porte (macacos, gambás), com 40 milhões, e de grande porte (como antas, lobos e onças), com 5 milhões.

A situação, dizem especialistas, é o resultado natural para um país que desconsiderou os bichos ao planejar as rodovias e ainda dá os primeiros passos na adoção de medidas para minimizar os impactos das vias.

Corrida Contra o Tempo

"Está acontecendo uma desgraça total e não temos tempo nem de estudar o que ocorre", disse à BBC Brasil Áureo Banhos, professor do departamento de biologia da Universidade Federal do Espírito Santo.

Banhos coordena um time que monitora os atropelamentos no trecho de 25 km da BR-101 que corta uma das manchas verdes mais intactas do país. É um mosaico de 500 km² (ou um terço da cidade de São Paulo) de unidades de conservação rasgado pela pista única da via.

Um exemplo do alerta do professor: das 70 espécies de morcegos identificadas na região, 47 já foram atropeladas na estrada - e uma delas era desconhecida da ciência até então. Ao todo, 165 espécies de diferentes animais perderam a vida por ali (10 anfíbios, 21 répteis, 63 aves e 71 mamíferos) - são 50 mortes por dia apenas nesse ramo da rodovia, ou 20 mil por ano.

Essa floresta integra as reservas de mata atlântica da Costa do Descobrimento, patrimônio natural da humanidade desde 1999. Por ser um raro fragmento contínuo de mata, é o último refúgio na região para várias espécies ameaçadas, como a anta, a onça-pintada, o tatu-canastra e a harpia.

O fotógrafo Leonardo Merçon, do Instituto Últimos Refúgios, fez um trabalho de registro da Reserva Biológica de Sooretama, a maior peça do mosaico verde da região. Impressionado pelos atropelamentos, acabou se engajando nas ações de conscientização para a gravidade do problema.

"Você nem precisa de dados para ver o impacto real do problema", afirma ele. Um vídeo do instituto que registrou uma onça-parda atropelada na estrada teve mais de 1 milhão de visualizações.

Em locais como esse, a perda de um único indivíduo pode ter impacto muito grande sobre a biodiversidade. "Engenheira" dos ecossistemas, por dispersar sementes e servir de presa para grandes predadores, a anta, por exemplo, leva 13 meses na gestação (com um filhote por vez) e demora dois anos entre as concepções. Um possível caminho para os animais cruzarem para o outro lado da via são os dutos de drenagem de água sob a pista, mas nem sempre é simples mudar os hábitos dos animais.

"No parque nacional Banff, no Canadá, os ursos demoraram oito anos para começar a usar esse tipo de passagem", afirma Alex Bager, coordenador do CBEE. No caso da BR-101, apenas 15% dos bichos atropelados usam as manilhas.

Ou seja, talvez seja mais fácil mudar os hábitos dos motoristas, por meio de ações como redução de velocidade, radares inteligentes que multam pela média de velocidade (e não em apenas um ponto) e placas de advertência.

A Eco-101, concessionária responsável pelo trecho da BR-101 em questão, diz que o segmento tem dois radares fixos, velocidade máxima de 60 km/h (especialistas defendem 25 km/h) e dez placas educativas. Afirma ainda promover ações de conscientização e que estuda a "ampliação dos dispositivos de segurança para os animais silvestres".

Ausência de Normas

A situação da BR-101 no Espírito Santo - que ainda enfrenta a perspectiva de duplicação até 2025 - é uma amostra aguda de um problema nacional. São mais de 15,5 mil km de estradas atravessando áreas de conservação.

Os pontos críticos estão por todo o Brasil. Um levantamento do Instituto de Pesquisas Ecológicas em três trechos de rodovias de Mato Grosso do Sul (1.161 km nas BRs 267, 262 e 163) entre abril de 2013 e março de 2014, por exemplo, localizou 1.124 carcaças de 25 espécies diferentes, como cachorro-do-mato (286 mortes), tamanduá-bandeira (136) e jaguatirica (7).

E não há normas nacionais específicas para a construção de rodovias que cortam reservas naturais. Tudo tramita como um licenciamento ambiental padrão. O problema vem mobilizando a classe acadêmica no país. Paralelamente a um boom nos estudos em ecologia de estradas, há articulações institucionais em curso no Congresso e em órgãos ambientais.

Um fruto recente desse debate é o PL (Projeto de Lei) 466/2015, do deputado federal Ricardo Izar (PSD-SP), que busca tornar obrigatórias ações como monitoramento e sinalização em áreas "quentes" de atropelamentos, além da criação de um cadastro nacional de acidentes com animais silvestres.

Sobre essa última medida, um esforço nesse sentido já partiu da própria academia, com a criação do Sistema Urubu, uma espécie de rede social para compartilhamento e validação de informações sobre atropelamentos de bichos.

No ar há um ano, a iniciativa do CBEE conta com um aplicativo gratuito pelo qual qualquer pessoa pode fotografar e enviar imagens de acidentes com animais. Os registros são enviados para uma base de dados central e são validados por especialistas cadastrados no sistema, tudo online.

Já são cerca de 15 mil usuários cadastrados e mais de 20 mil fotos enviadas. Para entrar no sistema, cada registro precisa ser validado por cinco especialistas, e ter o consenso de três deles sobre qual é a espécie em questão - são 800 "validadores" ativos na rede, cada um especializado numa classe animal.

"Muitas vezes, as pesquisas sobre o tema no Brasil são muito regionalizadas, restritas ao raio da universidade por falta de recursos. Com o sistema poderemos criar um mapa de áreas críticas de atropelamentos no país e usá-lo como política pública de conservação", afirma Alex Bager, do CBEE.

Diante da perspectiva da fase mais explosiva de construção de estradas na história, com pelo menos 25 milhões de km de novas rodovias no mundo até 2050, especialistas defendem que essas intervenções passem, cada vez mais, por estudos de custo-benefício.

Seria um modo de evitar a proliferação de vias em regiões de alto valor ambiental mas potencial agrícola apenas modesto, como a bacia Amazônica. "Construir estradas é abrir uma caixa de Pandora de problemas ambientais, e ainda estamos na pré-história da mitigação de impactos", afirma Banhos.
Fonte: G1 


quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Luz e Sombra na Defesa dos Animais


Definitivamente existem dois tipos de ambientalista neste mundo: Os que denunciam a violência contra os animais divulgando essa violência, segundo eles como uma forma de alertar as pessoas que vivem inconscientes dela de que ela ocorre todos os dias simplesmente para que se tenha nossa porção de carne e leite na geladeira do supermercado todos os dias à disposição! Por outro lado há aqueles que preferem inspirar a proteção animal e ambiental menos com indignação, e mais com conscientização. Segundo esses ambientalistas a divulgação da violência contra os animais só choca os mais sensíveis ao tema e talvez até instigue as pessoas que possuem esse tipo de perversão em estado latente. O que de fato é um risco bem factível!
Particularmente estou com o segundo grupo. Não acredito que purgar ódio contra aqueles que depredam a natureza e o meio ambiente fará o mundo um lugar melhor, nem a vida mais fácil! O movimento ambientalista deveria ser uma convergência de esforços para tornar a vida na Terra aceitável e boa para todos os seres vivos que nela habitam, e não uma loteria onde os mais fortes decidem sobre os mais fracos. O movimento ambientalista é, a meu ver, um movimento em prol da vida. Por esse motivo não poderia comportar nenhum tipo de rancor ou desprezo seja lá por quem quer que seja. Muitos dos empresários que poluem a terra e destroem florestas creem de todo coração que nosso planeta suporta mais um pouco de exploração predatória, e de que estão fazendo o melhor pelo progresso de suas nações, oferecendo emprego e trazendo o desenvolvimento econômico. Na verdade essas pessoas vivem uma profunda alienação sobre as verdadeiras condições ambientais, e tem por trás de si muita gente mal intencionada sim! Porém duvido muito que torná-los os "monstros" da vez ajude em alguma coisa. 
Esse modelo já foi utilizado demais, não concordam? Os nazistas culparam os judeus por seus problema econômicos, a sociedade inteira culpou os gays pela disseminação da AIDS no início dos anos 80, apelidando-a de "praga gay". Até quando nós teremos de odiar pessoas para nos mobilizarmos em nossas causas? Viver bem e melhor já não é motivação suficiente? Encarar as crises como uma demanda coletiva, e que deve ser encarada e combatida deste modo, não é uma proposta suficientemente forte  para que atuemos nessa direção? Dividir o mundo entre as pessoas boas e más deu origem a todo o tipo de incompreensão, perseguição e sofrimento. Precisamos entender que existem pessoas ignorantes e esclarecidas, individualistas e coletivas. As ignorantes devem ser instruídas, despertas. As individualistas devem ser alertadas para os benefícios que a partilha de interesses e esforços podem proporcionar à vida e a elas mesmas enquanto seres humanos.
Não creio que se mude a relação com o meio ambiente sem mudar a consciência das pessoas e a nossa própria consciência e modo de ver o mundo e as relações humanas.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Recuperação da Fauna da Caatinga...


Determinar as melhores áreas do estado para criar novas unidades de conservação da Caatinga. Esse é o objetivo de uma equipe de pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Ecologia (PPGECO) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), envolvidos no Projeto Caatinga Potiguar.
Gato Morisco (Puma, Suçuarana, Onça parda, Leão baio, etc)
é retratado na Caatinga potiguar pelas armadilhas fotográficas.

A iniciativa pretende assessorar órgãos estaduais dedicados ao meio ambiente, ao realizar o levantamento ambiental de toda a porção do bioma – típico do semiárido – presente no Rio Grande do Norte.
A ideia é fornecer estudos detalhados que fundamentem a ampliação do espaço de Caatinga protegido permanentemente por lei no estado, que hoje corresponde a cerca de 1% da extensão existente, além de recolher informações padronizadas sobre a biodiversidade de aves, répteis e mamíferos na região. Para registrar os mamíferos em seu habitat natural, o grupo utiliza  armadilhas fotográficas.
Além disso, serão realizados mapeamentos participativos de uso e ocupação das áreas apontadas como importantes para a conservação e uma pesquisa envolvendo diretamente as comunidades afetadas por possíveis ações de criação de Unidades de Conservação.
Até hoje, 45% da cobertura original da Caatinga potiguar foi removida, e a taxa de desmatamento média – calculada entre 2002 e 2008 – é de 0,68% ao ano. Segundo um dos coordenadores do projeto, Carlos Fonseca, o estudo tem papel importante na conservação do bioma. “Essa pesquisa tem o potencial de mudar a política ambiental do estado”, ressalta.
A partir dos dados obtidos, os cientistas querem convencer o poder público quanto à necessidade de criação de novas áreas protegidas. As informações também servirão de base para a produção de duas teses de doutorado e de quatro dissertações de mestrado por estudantes do Programa de Pós-Graduação em Ecologia. O grupo de pesquisadores visa ainda à formalização de um grupo de pesquisa na UFRN voltado à conservação da Caatinga.
A ideia surgiu a partir das constatações de que havia uma enorme lacuna de informações científicas sobre a diversidade de espécies de animais na Caatinga do RN e um grande déficit de áreas protegidas nessa região. “Todas as áreas de preservação criadas na Caatinga foram aleatórias, sem políticas públicas consistentes para a devida conservação”, avalia Marina Antongiovanni da Fonseca, consultora e pesquisadora do projeto.
O cenário descrito por Marina tem origem em estudos períodicos que analisaram o surgimento de Unidades de Conservação nos biomas brasileiros desde 2000, quando o Ministério do Meio Ambiente (MMA) estabeleceu critérios para definir áreas prioritárias de proteção no País, através do Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira (PROBIO/MMA).
Perguntada sobre a atual situação das políticas públicas voltadas à temática no Rio Grande do Norte, Marina diz crer que questões ambientais não são de fato prioridades nas agendas governamentais. “É uma política maior, que requer investimentos não só em nível estadual. A Caatinga é o patinho feio dos biomas, é o menos protegido e o mais desassistido deles”, afirma. “A conservação na Caatinga depende da sensibilização não apenas dos Governos, mas também de proprietários de terra, uma vez que quase todo o bioma consiste de propriedades particulares”, analisa.
No Rio Grande do Norte, apenas duas Unidades de Conservação foram criadas após 2007, sendo uma delas uma  Reserva Particular do Patrimônio Natural  (RPPN), resultante da iniciativa de um proprietário particular. “De um modo geral, as UCs criadas na Caatinga não seguiram as recomendações do PROBIO/MMA e foram alocadas independentemente dos apontamentos das áreas prioritárias”, aponta Marina Fonseca.


Gato Morisco (Puma) visto de perto.

A Caatinga é uma vegetação semiárida restrita ao território brasileiro e contém grande quantidade de espécies que se desenvolvem apenas nesse bioma. Cerca de 50% da sua cobertura vegetal original permanece intacta, apesar da alta densidade populacional e das altas taxas de desmatamento atuais. Hoje a Caatinga está fracamente representada na rede brasileira de Unidades de Conservação, com somente 1% em Unidades de Conservação de Proteção Integral e 6% em Unidades de Conservação de Uso Sustentável.
O Rio Grande do Norte possui 238 mil hectares em unidades estaduais de conservação, o que corresponde a 4,5% do seu território. A maior parte dessas unidades estão localizadas ao longo do litoral, como o Parque das Dunas, a Área de Proteção Ambiental de Jenipabu e a Reserva Estadual Ponta do Tubarão, em Macau e Guamaré. A criação e a gestão dessas unidades compete ao Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (IDEMA).
O Projeto Caatinga Potiguar – formalmente intitulado “Oportunidades de criação de unidades de conservação na Caatinga, com ênfase no Rio Grande do Norte” – é coordenado pelos professores Carlos Fonseca e Eduardo Venticinque, do Departamento de Ecologia, e conta com a participação de alunos de pós-graduação da UFRN, além da colaboração do IDEMA.
A pesquisa tem parceria com a organização não-governamental Wildlife Conservation Society (WCS Brasil) e financiamento pelo Ato de Conservação de Florestas Tropicais (TFCA, na sigla em língua inglesa), acordo internacional entre os governos dos Estados Unidos e do Brasil que tem recursos administrados pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO).
PPGECO
O Programa de Pós-Graduação em Ecologia da UFRN é pioneiro no Nordeste e formou mais de uma centena de mestres e doutores desde 1997. Seu reconhecimento pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) ocorreu com a fundação da pós-graduação em Bioecologia Aquática, que foi ampliada dando origem a suas duas principais linhas de pesquisa: Ecologia Aquática e Ecologia Terrestre. Anualmente, cerca de 120 candidatos realizam as seleções para ingresso no Programa.
O PPGECO conta atualmente com 28 pesquisadores, sendo 19 permanentes e 9 colaboradores, formados em instituições de ensino superior de renome, incluindo estrangeiras, como as universidades de Oxford, de Londres, do Texas, de Oklahoma, de Montpellier e de Lund, além das brasileiras federais do Rio de Janeiro (UFRJ), do Paraná (UFPR) e do Rio Grande do Sul (UFRGS) e estaduais de Campinas (UNICAMP), de Maringá (UEM) e Paulista (UNESP).
Fonte: O Potiguar 

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Pantera Nebulosa de Taiwan... Não Existe Mais?

Um exemplar empalhado encontrado no Museu Nacional de Taiwan pode ser o que sobrou da subespécie pantera-nebulosa-de-formosa. Um estudo que será publicado nos próximos meses no jornal especializado em conservação Oryx afirma que não é mais possível encontrar a subespécie de pantera-nebulosa (também chamada de leopardo-nebuloso), que seria endêmica a Taiwan. As informações são da Agência Central de Notícias do país.





Um time de zoologistas de Taiwan e dos Estados Unidos tentou durante 13 anos achar um espécime na ilha. "Existe uma pequena chance de que o leopardo-nebuloso ainda exista em Taiwan. Pode haver alguns deles, mas nós não achamos que eles existam em números significantes", diz o especialista Chiang Po-jen à imprensa local na segunda-feira.

Os pesquisadores vasculharam três florestas que seriam habitat do felino. Eles utilizaram 1,5 mil câmeras infravermelhas e armadilhas, mas não conseguiram registrar o animal.



A conclusão do time é que o felino foi extinto devido à caça e destruição de habitat promovida pelo desenvolvimento humano. Os cientistas chamaram o resultado de "decepcionante".

Kuan Li-hao, chefe do Conselho de Agricultura do Bureau de Florestas de Taiwan, afirma que após a publicação do artigo, as autoridades irão verificar a informação e decidir se a espécie deverá sair da lista de proteção.




Existem duas espécies de leopardo-nebuloso, sendo que ambas vivem na Ásia e são consideradas "vulneráveis" à extinção: Neofelis nebulosa Neofelis diardi . A pantera-nebulosa-de-formosa era uma subespécie da primeira.
Fonte: Terra 

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Ameaça às Florestas de Borneo

Floresta de Borneo, beleza e diversidade biológica ameaçada.


O Greenpeace lançou nesta semana o relatório "Queimando Borneo" (arquivo em PDF para baixar, texto em inglês), expondo os impactos negativos da produção de dendê para as florestas da Indonésia e para os orangotangos que vivem na região. De acordo com o relatório, a Unilever, a empresa por trás de algumas das marcas mais conhecidas do mundo, como a Dove, contribui com o panorama de destruição, já que compra dendê - matéria-prima do sabonete Dove - de fornecedores que destroem as florestas alagadas de turfa para cultivar a palmácea. Esses ecossistemas não são importantes apenas para os orangotangos e outras espécies ameaçadas, mas também para a estabilidade do clima, pois estocam grandes quantidades de carbono.
"É uma loucura continuar destruindo nossas florestas para produzir dendê", disse Hapsoro, da campanha de Florestas do Greenpeace no Sudeste da Ásia. "Uma das demandas que temos feito repetidamente é para que o governo da Indonésia declare uma moratória na conversão de florestas e de solos de turfa para o plantio de dendê. Estamos destruindo nosso patrimônio ambiental para fabricar sabonetes e shampoos. Traders e consumidores de óleo de dendê devem parar de comprar matéria-prima de empresas envolvidas com a destruição florestal".


Quatro décadas de alterações no coberto florestal do Bornéu.
Floresta (verde escuro) e não-floresta (branco), no ano 1973,
e nuvens residuais (azul ciano) no Painel A.
Áreas desflorestadas entre 1973 e 2010 (vermelho). Fonte: pt.mongabay.com

A devastação das florestas na Indonésia está acontecendo em um ritmo muito maior do que em qualquer outro lugar do mundo, tornando o país o terceiro maior emissor de gases do efeito estufa do planeta.
Este vídeo faz parta da campanha do Greenpeace sobre exploração indiscriminada da floresta nesta ilha da Indonèsia:

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Sobre a Raridade dos Leões de Juba Preta

O Leão Cecil, morto por um dentista norte americano que caçava no Zimbábue, ficou famoso não só pelo modo idiota e covarde com que foi caçado, mas também por pertencer a uma rara espécie de leão que está desaparecendo rapidamente do mundo, o leão de juba preta!

Já houve leões de juba preta? 
Onde eles viveram?



Sim, já houve leões com juba preta. O último exemplar, da raça Panthera leo leo, morreu no Marrocos, em 1920. Houve também uma outra subespécie, conhecida como leão do Cabo (Panthera leo melanochaita), que habitava a região do extremo sul do continente africano. Mas ela também foi exterminada, em 1865. Eles eram muito bonitos: a juba preta caía sobre o peito, ombro e patas dianteiras. Por isso, foram caçados impiedosamente até a extinção.
Hoje, só existem os leões comuns (Panthera leo), de juba da mesma cor que o corpo. Um pequeno grupo deles ainda habita a Índia e a África, onde vivem protegidos em parques nacionais por estarem ameaçados pela expansão da pecuária, que expulsa antílopes e zebras, suas presas favoritas. No passado esses felinos habitaram outras regiões, de onde também desapareceram. Há milhares de anos, chegaram a viver até na Europa. Mas o avanço das florestas sobre as estepes, o hábitat preferido desses animais, fez com que perdessem seu espaço vital até se extinguir. O mesmo ocorreu na Grécia Antiga, de onde os leões sumiram durante o segundo século antes da era cristã. 

Fonte: Faiçal Simon, do Zoológico de São Paulo

quinta-feira, 12 de março de 2015

Espelho Natural de Atacama...

Um dos mais belos do mundo
Entre as mais diversas maravilhas naturais da América, existem os espelhos naturais; menos conhecidos do que as famosas praias caribenhas ou que a exótica flora e fauna amazônica, mas de semelhante exuberância.

O espelho natural do salar de Atacama, localizado na região chilena de San Pedro de Atacama, é formado por uma lagoa de aproximadamente três mil quilômetros quadrados, revestida por uma camada de sal que reflete a luz solar, causando belas ilusões de ótica ao observador, que pode ver o céu ao olhar para a lagoa.

Outra paisagem incrível da região de SanPedro de Atacama são os flamingos da Reserva Nacional Los Flamencos, onde estes se alimentam e fazem seus ninhos, fazendo com que seus tons rosados deem mais cor à paisagem. A população é formada principalmente pelo flamingo de James, pelo flamingo andino e pelo chileno.

Por fim, para os amantes da arqueologia ainda é possível encontrar ao norte da salina a aldeia de Tulor, um sítio arqueológico datado de 800 a.C a 500 a.C, que se destaca pela sua arquitetura de formas circulares de argila de até 2 metros de altura e tetos em forma de cone.

quinta-feira, 5 de março de 2015

Olhos Azuis... Todos têm a Mesma Origem

As pessoas que compõem o seleto grupo de seres humanos que possuem olhos azuis podem começar a se identificar ainda mais entre si – uma pesquisa feita com DNA mitocondrial revelou que todas elas possuem um certo grau de parentesco, mesmo que muito distante.


Kostas Martakis
                               
A conclusão surgiu de um extenso levantamento realizado pelo geneticista dinamarquês Hans Eiberg, no qual percorreu países como Turquia, Jordânia e Dinamarca estudando os genes de pessoas com olho azul. Ele descobriu que uma única mutação genética deu origem à pigmentação, e ainda foi capaz de localizar o evento no espaço e no tempo.


De acordo com o estudo, o primeiro ser humano da história a adquirir esta coloração específica na íris viveu próximo ao mar Negro, por volta de sete milênios atrás, e foi passando a característica adquirida de geração em geração. Talvez isto explique a grande concentração de olhos azuis na Europa e, em especial, no leste europeu. “Uma mutação genética afetando o gene OCA2 em nossos cromossomos resultou na criação de um ‘interruptor’, que literalmente ‘desligou’ a habilidade de produzir olhos castanhos”, explica o pesquisador.


O gene controla nossa produção de melanina, pigmento que regula cores como as da pele, dos cabelos e dos olhos de mamíferos. O “interruptor” não bloqueou por completo a criação de melanina (o que levaria ao albinismo), limitando sua presença a pequenas quantidades e dando origem aos olhos azuis. Já as variações em indivíduos com olhos verdes ou avelã ocorreram de forma mais aleatória, o que impossibilita rastrear uma ocorrência única.



Não existe nenhuma evidência que sugira qualquer relação entre a coloração da íris e a saúde de alguém ou sua capacidade de sobrevivência. Originalmente, antes da mutação no gene OCA2, a humanidade toda tinha olhos castanhos. Qual não deve ter sido a surpresa de nossos ancestrais ao admirar, pela primeira vez, a beleza de um olhar azul.
Fonte: Galileu

Tigres Siberianos - População Está Aumentando...

No dia 29 de setembro na região de Primorie se realiza o Dia do Tigre, por iniciativa de organizações ecologistas. Ainda no início dos anos 2000, a população do tigre-siberiano, ou tigre do Amur, estava em visível declínio no Extremo Oriente russo. A criação, por iniciativa do presidente da Rússia, Vladimir Putin, de um fundo especial para a preservação do tigre-siberiano na Rússia irá contribuir de forma importante para resolver o problema da conservação e aumento do número desses animais raros.

A caça furtiva representa uma grande ameaça para esses animais selvagens. Só em 2012, em Primorie foram mortos 12 tigres. Esse mal poderá ser combatido mais eficazmente por uma nova lei, cuja aprovação foi fortemente apoiada pelo presidente da Rússia, refere o diretor da filial do Extremo Oriente do Fundo Mundial para a Vida Selvagem (WWF) na Rússia Yuri Darman:
"Foram muito reforçadas as penalizações pela caça furtiva propriamente dita. Os que matam tigres devem ser punidos tanto criminalmente como com grandes multas. O mais complicado era nós antes não podermos castigar os que não matavam diretamente os tigres, mas comercializavam as suas peles, ossos, etc. Este ano foi aprovada uma lei que o permite. Agora quem tiver em casa uma pele de tigre, ou tentar vender uma, ou transportá-la para fora, será punido."
Uma grande importância, segundo o perito, teve a cúpula internacional para a recuperação do tigre que teve lugar em São Petersburgo com a participação da Administração do presidente.
Foi precisamente esse alto patrocínio que permitiu atribuir a esse acontecimento uma ressonância mundial. Agora não é só na Rússia, mas também na Índia, no Nepal, no Butão e na China, que se desenvolve um trabalho intenso para salvar o tigre em todo o mundo.
Na Rússia, o recenseamento dos tigres é feito de dez em dez anos e o último foi realizado em 2005. Além disso, é feita uma contagem anual em plataformas de monitorização. Em 2005 em todo o habitat residiam cerca de 450 tigres, cerca de uma centena na região de Khabarovsk e os restantes em Primorie, disse Yuri Darman:
"Sem dúvida que esta á a maior população de tigres que vive num habitat não fragmentado. O total de tigres-de-bengala na Índia é, sem dúvida, superior aos existentes na Rússia, mas aí eles vivem em pequenos grupos, de 60-70 exemplares cada um, isolados uns dos outros. Nós temos, na realidade, uma enorme mancha em que os tigres se visitam mutuamente com facilidade."
Neste momento o estado da população de tigres é estável. Em Primorie e no sul da região de Khabarovsk habitam cerca de 450-500 exemplares, destes três quartos vivem em Primorie. Um complexo de medidas permitiu alterar nos últimos tempos a sua situação para melhor, sublinha o diretor do Fundo Phoenix Serguei Bereznyuk:
"Foram tomadas medidas sem precedente para a defesa do tigre e para o financiamento das áreas protegidas. Foi criado um fundo especial para o financiamento de projetos de conservação do tigre. Na região de Primorie os tigres habitam todos os parques e reservas naturais: na reserva da biosfera de Sikhote-Alin, no Parque Nacional Apelo do Tigre, no Parque Nacional Lenda dos Udegues e no parque Terra do Leopardo."
Na véspera do Dia do Tigre, que já se tornou tradicional em Vladivostok, no cais principal da cidade foi inaugurada uma estátua de bronze representando duas crias de tigre. Na cidade já existem mais de 10 tigres de bronze, mas adultos. Os pequenos filhotes de tigre representam o futuro simbólico dessa população.


sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Defaunação, o Outro Nome da Degradação

Panda Vermelho.


Defaunação é a diminuição acelerada e drástica de espécies animais, com efeitos negativos sobre a demografia, diversidade biológica e a manutenção de ecossistemas. Esta perda global de espécies é reconhecida hoje como um problema tão grave e impactante quanto o desmatamento: do maior mamífero ao menor inseto, o desaparecimento de animais também alterará forma e função dos ecossistemas dos quais toda a humanidade depende. Pior, a perda da fauna é um evento que passa despercebido. Enquanto imagens de satélite podem detectar mudanças rápidas de desmatamento, é mais difícil perceber que uma espécie animal desapareceu.
A perda de espécies sempre ocorreu na história da Terra, pois pode ser causada por motivos como catástrofes naturais de grande impacto ou eventos geológicos, como erupções de vulcões, terremotos ou glaciação. Há 11,5 mil anos, no período Pleistoceno, a fauna planetária era mais abundante e diversa do que nos tempos atuais. Mas, desde então, o número e a diversidade de espécies animais têm declinado. Mamutes e tigres dentes-de-sabre estão entre espécies emblemáticas que foram extintas a partir daquela era.
A maioria das evidências científicas sugere que são os seres humanos os responsáveis por estas extinções, provocadas por atividades como destruição de habitat, ecossistemas e a caça.
Florestas sem vida animal são
ecossistemas doentes!
Para a comunidade científica, outro indício do papel humano é a rapidez de desaparecimento da biodiversidade. A velocidade de extinções é estimada em mil vezes superior àquela com que esse processo ocorreria naturalmente. Estima-se que existam atualmente entre 5 e 9 milhões de espécies animais no planeta e, no atual ritmo, perde-se a cada ano algo em torno de 11 mil a 58 mil. Neste ritmo, este pode se tornar um período de extinção em massa, tal qual as 5 grandes extinções do passado.
Declínios do número e população de espécies ocasionam um efeito cascata sobre o funcionamento dos ecossistemas, que também afetam o bem-estar humano através da perda de serviços ambientais imprescindíveis à sua sobrevivência. Os animais proveem alimento, polinizam e dispersam plantas, além de ajudar a controlar pragas e doenças.
Por exemplo, o processo de polinização corre risco. Insetos polinizam 75% da produção agrícola do mundo. A redução na fauna de abelhas e outros polinizadores pode reduzir a produção de alimentos. A defaunação também afeta a qualidade da água: o declínio de sapos e pererecas permite o aumento das algas e detritos que os alimentam. Isso contribui para a eutrofização de corpos d'água, que se tornam impróprios para o consumo e para a própria vida aquática. 

Fonte: O Eco