quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Negócios Sustentáveis...


Um dos maiores desafios do mercado sustentável é combinar preservação de recursos naturais com ganho financeiro. Eis sete negócios que estão crescendo no interesse tanto de empreendedores quando da população em geral, e suas respectivas atribuições enquanto negócio sustentável:

- ARTESANATO DE RECICLADOS -

Lâmpadas transformadas em flores...
Belo exemplo de arte reciclável...
O artesanato no Brasil cresce sem parar, e no mundo todo a arte com material reciclado vem se popularizando, inclusive com exposições em galerias de arte. Os materiais utilizados variam desde o papel, sacos plásticos, pneus, garrafas e todo tipo de material que poderia entupir aterros sanitários ou mesmo parar no mar ameaçando a vida marinha, e poluindo fontes de água potável são transformados em artefatos para o lar, floreiras para jardins, tapetes de piso ou de parede, mantas, quadros... Enfim, as possibilidades são infinitas. O artesanato de recicláveis além de se tornar em peças de grande valor estético e artístico, e também uma fonte de renda, preserva muitas tradições culturais folclóricas. Conforme as regiões do Brasil de que se originam.
Cão feito de metal reciclado, 
do artista Brian Mock.
A arte e o artesanato de recicláveis vêm se expandindo tanto como uma forma de arte, muito mais que uma atividade comercial. Alguns dos praticantes dessa arte alternativa com materiais recicláveis ganharam o status de artistas plásticos, e têm se destacado pelo mundo em exposições em galerias e museus. Nomes como o de Jaime Prades do Brasil, Ann P. Smith dos Estados Unidos, e a japonesa Sayaka Kajita entre outros.

- ANTIQUÁRIOS -

Antiquários, comércio de materiais
antigos e requintados...
De modo geral são estabelecimentos focados no comércio de peças antigas. Que podem variar de mobília a luminárias, relógios antigos, cerâmicas refinadas, camas, vitrines, espelhos, sofás e poltronas de estilo arcaico, tapetes raros e outros objetos que nos fazem sonhar e viajar no tempo. Não raramente há peças com metais e pedras preciosas e madeiras nobres, muito raras, e ameaçadas de extinção. É nesse sentido que os antiquários contribuem imensamente com a preservação desse tipo de material e sua não comercialização. Os antiquários se diferem dos brechós justamente por focar na aquisição produtos refinados e caros! Ainda assim prestam um grande serviço ao meio ambiente!

- SEBOS -

Sebos, reciclando livros e cultura.
É um sinônimo de alfarrábio, ou seja, livros usados, é uma gíria que surgiu no Brasil as livraria que vendem livros usados, ou de edições muito antigas. Os livros feitos de papel, assim como os jornais, consomem grandes quantidades de papel, material a base de celulose, o que acarreta a derrubada de muitas árvores. Entretanto, ao contrário dos jornais os livros têm ajudado a preservar de forma documental grandes obras do saber científico, artístico, histórico e cultural como um todo. A existência de sebos é a prova de que eles exercem um fascínio arrebatador mesmo nos tempos da era digital. Esse também é um negócio que pode ser lucrativo. Livros raros podem custar até R$ 1.000,00, além de ajudar as pessoas que querem se desfazer de seus livros usados a ganhar algum dinheiro. Os livros antigos acabam ganhando valor com o tempo, ainda mais se suas edições forem esgotadas e ou encerradas pela editora. Este é um negócio que ajuda a preservar florestas, além de reciclar e repassar cultura e muito conhecimento rarefeito. Essa é uma atividade que requer um gosto pelos livros, pois é preciso cuidado para preservar os livros que devem estar em muito bom estado, tanto ao serem comprados. Isso influi diretamente no valor das obras.

- ATELIER DE COSTURA - 

A sala de cultura das avós
resgatado com muito estilo.
Ninguém acreditava que as costureiras voltariam com tanta força. O reaproveitamento de roupas ajuda a diminuir o consumo de umas das indústrias mais poluentes do mundo: a indústria da moda. Tanto o plantio quanto a manufatura do algodão do linho, e outros materiais requerem a derrubada de florestas, o uso de pesticidas e a aplicação de outros aditivos químicos que são poluentes. As costureiras não só reparam roupas como criam peças novas, muitas vezes aproveitando tecidos que estavam guardados, sem uso ou possibilidade de utilização!

- SAPATARIA -

Sapataria, tomando novo fõlego!
Outra profissão que parecia fadada ao desaparecimento e que, no entanto, ressurgiu com toda força! As sapatarias e os sapateiros, que são artesãos dos calçados prestam o mesmo serviço que os ateliers de costura e os brechós, o recuperação de calçados diminui a produção dos curtumes e da indústria calçadista, altamente poluente e que em muitos países do oriente se utiliza de mão de obra escrava e infantil! Os sapateiros permitem que fiquemos mas tempo com nossos calçados preferidos, ou mais caras, a custos módicos. O negócio, por ter grande demanda, acaba sendo rentável, embora exija especialização e o manuseio de objetos que mais podem trazer riscos de acidentes.

- BRECHÓS E VINTAGE - 

Brechós, reciclando roupas de estilo e qualidade.
A palavra brechó tem origem em “Belchior”, nome um mercador português de objetos usados que prosperou no Rio de Janeiro em começos do século XIX. Hoje representa uma loja onde roupas usadas e em bom estado são recicladas, e reaproveitadas ao serem novamente postas a venda. Segue o mesmo caminho dos ateliers de costura, enxuga o consumo da indústria da moda, que é uma das que mais poluem fontes de água limpa no mundo. O negócio dos brechós ajuda muito a diminuir isso, como também reduz o comércio de peles novas que demandam a matança de muitos animais. Sem falar que frequentemente se acham nessas lojas roupas de grife renomadas, tanto nacional quanto internacional, a preços acessíveis! Este negócio inclui o comércio de peças vintage (antigo em inglês), que seriam peças do vestuário de ancestrais, como pais, mães, avós, avôs, tios ou tias... Esse vestuário possibilita que se adquiram peças únicas, de ótimo acabamento, algumas vezes tecidos raros, de muita beleza e a preços bons. Claro que para se ter um negócio desses é preciso gosto pela moda, tanto quanto pela cultura da sustentabilidade. Além de cuidado ao receber as peças, que devem ser bem lavadas e passadas antes de postas à venda. O negócio de brechós está em alta no Brasil, infelizmente, sem toda a consciência ambiental necessária por grande parte dos empreendedores na coleta das peças, na preservação das mesmas e dos ambientes onde são expostas.

- AGRICULTURA ORGÂNICA -

A agricultura orgânica, impulsionada pela
preocupação com a saúde humana...
Também chamada de agricultura biológica, trata-se da proposta de uma agricultura sustentável, livre de pesticidas e qualquer outro tipo de produto químico que possam ser prejudiciais à saúde humana e para o meio ambiente. Descarta também a aplicação de fertilizantes químicos. No Brasil já há programas padrões para o desenvolvimento desta atividade, que pode ser praticada por grandes ou pequenos agricultores, muitas vezes coletivamente. Uma queixa comum dos consumidores é de que os produtos orgânicos ainda são caros... Algumas razões que contribuem com isso são: os custos de produção são mais caros por exigirem mais trabalho por unidade de produção; o manuseio pós-colheita tem um custo mais elevado pois trabalha com quantidades menores e exige mais trabalho; e os pontos de distribuição são menores exigindo também mais movimentação e a cobertura de maiores distâncias pelos agricultores... A sua popularização entre os produtores é que possibilitaria a diminuição dos custos ao consumidor. Seus benefícios, porém, são inegáveis e quem se permitiu experimentar não abre mão!