Um dos maiores desafios do
mercado sustentável é combinar preservação de recursos naturais com ganho
financeiro. Eis sete negócios que estão crescendo no interesse tanto de
empreendedores quando da população em geral, e suas respectivas atribuições
enquanto negócio sustentável:
- ARTESANATO DE RECICLADOS -
Lâmpadas transformadas em flores... Belo exemplo de arte reciclável... |
O
artesanato no Brasil cresce sem parar, e no mundo todo a arte com material reciclado
vem se popularizando, inclusive com exposições em galerias de arte. Os
materiais utilizados variam desde o papel, sacos plásticos, pneus, garrafas e
todo tipo de material que poderia entupir aterros sanitários ou mesmo parar no
mar ameaçando a vida marinha, e poluindo fontes de água potável são
transformados em artefatos para o lar, floreiras para jardins, tapetes de piso
ou de parede, mantas, quadros... Enfim, as possibilidades são infinitas. O artesanato
de recicláveis além de se tornar em peças de grande valor estético e artístico,
e também uma fonte de renda, preserva muitas tradições culturais folclóricas. Conforme
as regiões do Brasil de que se originam.
Cão feito de metal reciclado, do artista Brian Mock. |
A arte e o artesanato de recicláveis vêm se
expandindo tanto como uma forma de arte, muito mais que uma atividade
comercial. Alguns dos praticantes dessa arte alternativa com materiais
recicláveis ganharam o status de artistas plásticos, e têm se destacado pelo
mundo em exposições em galerias e museus. Nomes como o de Jaime Prades do
Brasil, Ann P. Smith dos Estados Unidos, e a japonesa Sayaka Kajita entre
outros.
- ANTIQUÁRIOS -
Antiquários, comércio de materiais antigos e requintados... |
De modo geral são
estabelecimentos focados no comércio de peças antigas. Que podem variar de
mobília a luminárias, relógios antigos, cerâmicas refinadas, camas, vitrines,
espelhos, sofás e poltronas de estilo arcaico, tapetes raros e outros objetos
que nos fazem sonhar e viajar no tempo. Não raramente há peças com metais e
pedras preciosas e madeiras nobres, muito raras, e ameaçadas de extinção. É
nesse sentido que os antiquários contribuem imensamente com a preservação desse
tipo de material e sua não comercialização. Os antiquários se diferem dos
brechós justamente por focar na aquisição produtos refinados e caros! Ainda
assim prestam um grande serviço ao meio ambiente!
- SEBOS -
Sebos, reciclando livros e cultura. |
É um sinônimo de
alfarrábio, ou seja, livros usados, é uma gíria que surgiu no Brasil as
livraria que vendem livros usados, ou de edições muito antigas. Os livros
feitos de papel, assim como os jornais, consomem grandes quantidades de papel,
material a base de celulose, o que acarreta a derrubada de muitas árvores.
Entretanto, ao contrário dos jornais os livros têm ajudado a preservar de forma
documental grandes obras do saber científico, artístico, histórico e cultural
como um todo. A existência de sebos é a prova de que eles exercem um fascínio
arrebatador mesmo nos tempos da era digital. Esse também é um negócio que pode
ser lucrativo. Livros raros podem custar até R$ 1.000,00, além de ajudar as
pessoas que querem se desfazer de seus livros usados a ganhar algum dinheiro.
Os livros antigos acabam ganhando valor com o tempo, ainda mais se suas edições
forem esgotadas e ou encerradas pela editora. Este é um negócio que ajuda a
preservar florestas, além de reciclar e repassar cultura e muito conhecimento
rarefeito. Essa é uma atividade que requer um gosto pelos livros, pois é
preciso cuidado para preservar os livros que devem estar em muito bom estado,
tanto ao serem comprados. Isso influi diretamente no valor das obras.
- ATELIER DE COSTURA -
A sala de cultura das avós resgatado com muito estilo. |
Ninguém
acreditava que as costureiras voltariam com tanta força. O reaproveitamento de
roupas ajuda a diminuir o consumo de umas das indústrias mais poluentes do
mundo: a indústria da moda. Tanto o plantio quanto a manufatura do algodão do
linho, e outros materiais requerem a derrubada de florestas, o uso de
pesticidas e a aplicação de outros aditivos químicos que são poluentes. As
costureiras não só reparam roupas como criam peças novas, muitas vezes
aproveitando tecidos que estavam guardados, sem uso ou possibilidade de
utilização!
- SAPATARIA -
Sapataria, tomando novo fõlego! |
Outra profissão que
parecia fadada ao desaparecimento e que, no entanto, ressurgiu com toda força!
As sapatarias e os sapateiros, que são artesãos dos calçados prestam o mesmo
serviço que os ateliers de costura e os brechós, o recuperação de calçados
diminui a produção dos curtumes e da indústria calçadista, altamente poluente e
que em muitos países do oriente se utiliza de mão de obra escrava e infantil!
Os sapateiros permitem que fiquemos mas tempo com nossos calçados preferidos,
ou mais caras, a custos módicos. O negócio, por ter grande demanda, acaba sendo
rentável, embora exija especialização e o manuseio de objetos que mais podem
trazer riscos de acidentes.
- BRECHÓS E VINTAGE -
Brechós, reciclando roupas de estilo e qualidade. |
A palavra
brechó tem origem em “Belchior”, nome um mercador português de objetos usados
que prosperou no Rio de Janeiro em começos do século XIX. Hoje representa uma
loja onde roupas usadas e em bom estado são recicladas, e reaproveitadas ao serem
novamente postas a venda. Segue o mesmo caminho dos ateliers de costura, enxuga
o consumo da indústria da moda, que é uma das que mais poluem fontes de água
limpa no mundo. O negócio dos brechós ajuda muito a diminuir isso, como também
reduz o comércio de peles novas que demandam a matança de muitos animais. Sem
falar que frequentemente se acham nessas lojas roupas de grife renomadas, tanto
nacional quanto internacional, a preços acessíveis! Este negócio inclui o
comércio de peças vintage (antigo em inglês), que seriam peças do vestuário de
ancestrais, como pais, mães, avós, avôs, tios ou tias... Esse vestuário
possibilita que se adquiram peças únicas, de ótimo acabamento, algumas vezes
tecidos raros, de muita beleza e a preços bons. Claro que para se ter um
negócio desses é preciso gosto pela moda, tanto quanto pela cultura da
sustentabilidade. Além de cuidado ao receber as peças, que devem ser bem lavadas
e passadas antes de postas à venda. O negócio de brechós está em alta no
Brasil, infelizmente, sem toda a consciência ambiental necessária por grande
parte dos empreendedores na coleta das peças, na preservação das mesmas e dos
ambientes onde são expostas.
- AGRICULTURA ORGÂNICA -
A agricultura orgânica, impulsionada pela preocupação com a saúde humana... |
Também
chamada de agricultura biológica, trata-se da proposta de uma agricultura
sustentável, livre de pesticidas e qualquer outro tipo de produto químico que
possam ser prejudiciais à saúde humana e para o meio ambiente. Descarta também
a aplicação de fertilizantes químicos. No Brasil já há programas padrões para o
desenvolvimento desta atividade, que pode ser praticada por grandes ou pequenos
agricultores, muitas vezes coletivamente. Uma queixa comum dos consumidores é
de que os produtos orgânicos ainda são caros... Algumas razões que contribuem
com isso são: os custos de produção são mais caros por exigirem mais trabalho
por unidade de produção; o manuseio pós-colheita tem um custo mais elevado pois
trabalha com quantidades menores e exige mais trabalho; e os pontos de
distribuição são menores exigindo também mais movimentação e a cobertura de
maiores distâncias pelos agricultores... A sua popularização entre os
produtores é que possibilitaria a diminuição dos custos ao consumidor. Seus
benefícios, porém, são inegáveis e quem se permitiu experimentar não abre mão!
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